Produção independente dobra de tamanho no Reino Unido. Algumas mulheres, inclusive, nunca tiveram um parceiro

Poderia ser uma história de Natal, mas é fato científico. No Reino Unido, está aumentando rapidamente o número de mulheres que investem num tratamento de fertilização assistida sem que haja um parceiro. A opção pela produção independente tem partido, inclusive, de moças que nunca tiveram um namorado ou um relacionamento íntimo com alguém. “Essas pacientes compreendem que a fertilidade feminina é finita e que a possibilidade de se tornarem mães não vai se estender por muito tempo. Em dois anos, dobrou o número de mulheres solteiras e sozinhas que investiram na fertilização in vitro com espermatozoide de doador anônimo”, diz a médica Maha Ragunath, diretora da clínica Care Fertility.

Atualmente, clientes solteiras representam 6% dos pacientes da clínica – sendo que os números estão crescendo rapidamente. “Se a mulher quer ter um filho embora nunca tenha estado num relacionamento a dois, isso é uma questão pessoal. Todas são mentalmente saudáveis, se mostram preparadas para a maternidade e contam com ajuda de parentes”, diz a médica.

No Brasil, nem o doador do sêmen conhece a receptora, nem vice-versa. “O anonimato é fundamental para não haver a menor possibilidade de reclamação, futuramente, de pensão alimentícia ou responsabilidade social pela paternidade. Ele só é quebrado em situações muito especiais, em decorrência de motivação médica. Nesse caso, é a clínica de reprodução assistida que faz toda intermediação”, diz Assumpto Iaconelli Junior, diretor do Fertility Medical Group.

Ainda com relação à doação de espermatozoides, o especialista detalha mais os pré-requisitos para ser um doador. “Em média, cada doador fornece seis amostras de sêmen. É necessário ter entre 18 e 40 anos, ser saudável, concordar com o anonimato e em ser submetido a uma triagem rigorosa – o que inclui uma consulta completa e gratuita, exame de sangue (realizado antes e depois da doação) e coleta de sêmen entre dois e cinco dias de abstinência sexual. Somente depois de o material em quarentena ser liberado é que poderá ser utilizado em técnicas de reprodução assistida. Doadores com doenças genéticas como hemofilia ou fibrose cística, por exemplo, são recusados”.

http://abcnews.go.com/Health/rise-virgin-moms-single-women-pursue-ivf/story?id=34134005