Contraceptivo masculino deve reduzir quantidade de vasectomias

Pesquisadores do Japão descobriram que camundongos que receberam duas substâncias usadas para evitar a rejeição de órgãos transplantados ficaram temporariamente inférteis. Certa de estar no caminho de descobrir um contraceptivo masculino, a equipe do Dr. Haruhiko Myiata, da Universidade de Osaka, já percebeu que os animais que receberam a Ciclosporina A ou o Tracolimus só tiveram sua fertilidade restabelecida depois de uma semana que pararam de ingerir a medicação.

Na opinião do Dr. Edson Borges Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor científico do Fertility Medical Group, quando lançado, o contraceptivo masculino deverá mudar bastante o comportamento dos casais, podendo diminuir o número de vasectomias e laqueaduras realizadas. “Por consequência, isso também terá impacto sobre a Fertilização Assistida, já que menos pessoas enfrentarão arrependimento por não poderem mais ter filhos e as dificuldades para restabelecer a fertilidade – o que nem sempre é possível”.

No Brasil, são realizadas mais de 35 mil vasectomias por ano. Entretanto, novos arranjos familiares têm levado cerca de 10% dessa população a buscar reverter o procedimento. Embora existam dificuldades técnicas que podem comprometer a reversão da vasectomia, quando bem indicado o procedimento costuma resultar na restauração dos espermatozoides em 70% – 90% dos casos, com taxas de gravidez em torno de 50%.